Laboro Blog

2 de jun. de 2005

Desemprego segue no maior nível desde setembro de 2004

A taxa de desemprego no Brasil ficou estável a 10,8% em abril –mesma taxa de março e a maior desde setembro de 2004–, frustrando a expectativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de queda do índice. Segundo Cimar Pereira, técnico do IBGE, o recuo não ocorreu devido ao impacto da valorização do câmbio e da alta dos juros sobre as expectativas dos empresários. "Há fatores como o câmbio e os juros, que acabam dando uma segurada (na queda do desemprego)", explicou. O desempenho do mercado de trabalho nos próximos meses "vai depender de como o investidor vai reagir a essa política monetária. Estamos em um momento de transição", acrescentou Pereira.

O IBGE acrescentou que em abril o desemprego atingiu 2,364 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas.
 
100 mil postos de trabalho a menos – A indústria, que normalmente contrata funcionários com carteira assinada e paga salários mais altos que outros setores, cortou 100 mil postos de trabalho, sendo 97 mil em São Paulo. "A indústria de São Paulo é a que paga melhor e acima da média. Os setores de comércio, serviços domésticos e outros serviços compensaram as demissões na indústria, mas todos esses setores têm rendimento abaixo da média."

Esse movimento contribuiu para a queda de 1,8% do rendimento do trabalhador em abril sobre março, após três meses de crescimento. Essa queda é igual à de dezembro e a maior desde setembro de 2003.

O declínio deveu-se ainda a um aumento do deflator usado pelo IBGE, disse Pereira. Em relação a abril do ano passado, o rendimento aumentou 0,8%, para R$ 938,70. O número de pessoas ocupadas teve alta de 0,1% sobre março e de 3,3% contra abril de 2004. O total de desocupados caiu 0,5% mês a mês e 17% em relação ao ano passado.  FONTE: INTERMANAGERS