Laboro Blog

5 de mar. de 2008

Proposta indecente

A onda de processos por assédio moral e sexual chega ao Brasil e causa uma revolução no relacionamento entre gestores e colaboradores. Saiba o que fazer para evitar situações que possam ser mal interpretadas ou causar desconforto.

Há 14 anos, um filme norte-americano causou frisson ao falar abertamente sobre dois temas que são tabus para as empresas: o assédio sexual (quando um superior impõe situações de intimidade a um colaborador sob pena de demiti-lo) e o assédio moral (caracterizado por pressão psicológica, constrangimento e humilhação).

No Brasil, o número de processos movidos por funcionários contra seus superiores e empresas, tendo o assédio como motivo, vem aumentando consideravelmente nos últimos anos. Isso levou muitas empresas a pensar seriamente no assunto. Algumas já criaram políticas de relacionamento e vestimenta para combater o problema.

Legalmente, o assédio é enquadrado como dano moral e pode ser caracterizado pelo envio de bilhetes pessoais, comentários impróprios, brincadeiras com duplo sentido, cantadas em público, caronas, piadas ofensivas, ações discriminatórias e de exclusão. Nesses casos, o funcionário oprimido recorre à Justiça do Trabalho. E quem responde pela ação é a empresa, que, muitas vezes, nem sabe o que acontece entre os membros de sua equipe.

Por isso, alguns conselhos são fundamentais para evitar ao máximo esse tipo de situação. A advogada trabalhista Vânia Aleixo Pereira explica que a melhor forma de combater o assédio é por meio de fiscalização. "A função do dono da empresa é fiscalizar. E isso deve ser feito, inclusive, com funcionários que ocupam cargos de supervisão." A advogada também afirma que é possível inserir, nos contratos de trabalho, uma cláusula informando que, caso a companhia tenha que pagar por algum dano provocado pelo funcionário, ele também será penalizado.

Também é aconselhável que os empregados com cargos de chefia recebam treinamento específico para lidar com o tema. Eles devem ficar atentos a mudanças no comportamento dos membros da equipe. Se notarem uma situação estranha, devem questionar os envolvidos sobre as razões de tais mudanças de comportamento, além de dar abertura aos subordinados para que eles possam fazer queixas.