Laboro Blog

26 de fev. de 2008

Acredita em destino?

Em 09 de agosto de 2001 Brian Clark, um bem sucedido empresário judeu, vice-presidente da Euro Brokers, viajou para Israel a negócios.
 
Dentre os compromissos agendados naquela quinta-feira, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para fazer um lanche rápido em na pizzaria Sbarro, no centro de Jerusalém.
 
O estabelecimento estava superlotado. Logo, ao entrar na pizzaria. Clark percebeu que teria que esperar muito em uma enorme fila  se realmente desejasse comer alguma coisa, mas ele não dispunha de tanto tempo.
 
Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu.
 
Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente.
 
Mais do que agradecido, Clark aceitou. Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião.
Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera.
 
O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro's.
 
Clark ficou perplexo. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado. Imediatamente lembrou do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Se não fosse por ele, certamente ainda estava na pizzaria.
 
Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto. Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local.

A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas.
As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma.
Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda.
Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército. Clark procurou seu salvador entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo.
Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Clark estava vivo por causa dele.
Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida.
O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava, começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado.
 
Finalmente, encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida.

Clark conversou com o filho daquele homem, que já  acompanhava seu pai. Contou tudo o que acontecera e disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida.
 
Depois de alguns momentos, se despediu dos dois e deixou seu cartão. Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo.

Quase um mês depois, Clark recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque. Era o rapaz contando que seu pai precisava de um tratamento de emergência.
 
Segundo especialistas, o melhor hospital para o tratamenteo, referência em controle da dor, era o Massachusetts General Hospital, em Boston.
 
Clark não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias.Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.
Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito 'Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila '
Mas não Clark. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado E ele sabia como retribuir um favor.
Naquela manhã de terça-feira, Clark não trabalhou, pois foi pessoalmente acompanhar seu amigo.
 
Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia 11 de setembro de 2001. Clark não estava no seu escritório no 84º andar de uma das torres do World Trade Center.